A falta de saneamento básico e o tratamento de esgoto ainda são alguns dos maiores problemas do Brasil. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, apenas 38% do esgoto produzido no país é tratado. O resto é devolvido à natureza sem o devido tratamento. Uma das possíveis soluções é o investimento em saneamento e no tratamento do esgoto sanitário, que é realizado por meio de uma Estação de Tratamento de Esgoto. Veja no texto de hoje, como ela funciona e como ela pode ajudar a população.
O que é Estação de Tratamento de Esgoto
Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) são unidades onde o esgoto, após sair das nossas residências e passar pela rede coletora por meio de um longo sistema de tubos subterrâneos, é levado para ser tratado, podendo assim, ser devolvido ao meio-ambiente e lançado em rios, lagos ou no mar. Tem como principal objetivo reproduzir, em menor espaço de tempo, a capacidade dos cursos d’água de decompor naturalmente a matéria orgânica. Os processos de tratamento do esgoto podem ser físicos, químicos e biológicos.
Objetivos da ETE
O tratamento do esgoto consiste na separação da parte líquida da parte sólida e no tratamento de cada uma delas, separadamente. O objetivo é reduzir a carga poluidora de modo que elas possam ser dispostas adequadamente, sem causar prejuízos ao meio ambiente. Processos físicos, químicos e biológicos são usados para remover contaminantes e produzir águas residuais tratadas (ou efluentes tratados ) mais seguros para o meio ambiente.
Situação do Brasil hoje
Cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta e tratamento de esgoto, resultando na contaminação do solo e dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais. Grande quantidade de esgoto não tratado é lançada em rios, lagos e represas, constituindo um dos principais fatores do baixo índice de qualidade da água, o que ameaça a saúde da população e a preservação do meio ambiente.
Como solucionar?
Como dissemos antes, a Estação de Tratamento de Esgoto é uma das melhores soluções para a preservação das águas. Porém, nem sempre o município (responsável por implantar esse tipo de projeto) escolhe uma estação de tratamento ideal, muitas vezes optando por uma mais cara ou que não atende às especificações da região.
Um solução que pode ajudar
Para ajudar os municípios, a Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, desenvolveu um software que compara seis tipos diferentes de estações de tratamento de esgoto sanitário mais usados no Brasil, apresentando os respectivos custos de implantação, operação e manutenção para auxiliar gestores municipais na escolha do mais adequado para a sua cidade.
Batizado de ETEx, a ferramenta pretende otimizar os investimentos dos municípios nesta área, barateando custos com adequação ambiental. Para o desenvolvimento do programa, a equipe estudou 61 projetos de estações de tratamento de esgoto e realizou entrevistas com órgãos de gestão e especialistas em saneamento básico no Brasil.
Como funciona?
O software mostra os seis melhores modelos de Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário (ETEs). Assim, para escolher o sistema adequado para cidade, basta o gestor entrar com informações pessoais, como nome, formação, profissão, instituição, município, estado, e-mail e senha e com dados do projeto (quantidade de habitantes, vazão média, vazão total e temperatura média do mês mais frio). Logo após, ao clicar “Comparar alternativas de ETEs”, serão apresentadas as seis alternativas de sistemas e, com isso, o gestor faz a escolha.
Conclusão
Ter um saneamento básico adequado é fundamental para que a população possa viver com saúde e dignidade. Por isso, é preciso que o governo e o município invistam na implantação de Estação de Tratamento de Esgoto e invistam em qualquer ferramenta que possa ajudar na tomada de decisão. Elas colaboram para baratear o processo de tratamento de esgoto, e por isso os municípios e o meio ambiente também saem ganhando.